domingo, 9 de maio de 2010

O CAVALEIRO ELÉTRICO ("The Electric Horseman")

“Quem Jane Fonda pensa que é? Gian Maria Volonté? Talvez ela bem que gostasse, mas acontece que não será com filmes como “Julia”, “Síndrome da China”, “Amargo Regresso”, “Comes a Horseman”, que poderá emular as façanhas de Volonté em “Condenado Pela Máfia”, “Investigação sobre um Cidadão...”, “Mattei”, “Sacco e Vanzetti”, a “Classe Operária vai...”, etc. Ademais, em matéria de tipo “suffragette”, o mundo dificilmente poderá ter outro impacto como o dado pelo surgimento de Katharine Hepburn nos anos 32/35. Em matéria de bastidores de rodeio” também ninguém poderá igualar o “Céu de Prata”, de Norman Foster em 52, ou a consciente rebeldia de Susan Hayward em “Paixão de Bravos”, no mesmo ano. Ademais quem é que poderá levar por demais a sério o fato de o também discutível Robert Redford viver de brilharecos como garoto-propaganda com uma roupa vermelha com luzes que apagam e acendem? E com Jane, mais uma vez vivendo essas pernósticas e ocas figuras de microfone em riste, apenas preocupadas com o “Ibope” e a “notícia” (isto é com seu rendoso emprego) e mais sinistras intelectualmente que qualquer carrasco ou guardião de campo de concentração? Não Jane, é melhor voltar a ser apenas mulher vulnerável como a de “A Noite dos Desesperados”, que lá é que é o seu lugar. E não obrigue ou induza mais o diretor Pollack a falsas cavalarias.”


Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 29/06/80.


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