
“Tentativa para criar um estrelismo cinematográfico com a cantora Rosemary. Debalde. E reforçando com mais um papel forte para Silvia Salgado, a falada “Pombinha” de “O Cortiço”. Aqui Rosemary, como “Carrie, a Estranha” foi reprimida por uma mãe moralista e fanática religiosa (Bárbara Fazio, que aliás não tem tipo nem idade para parecer mãe de Rosemary). Silvia, ao contrário, pode viver uma vida livre do eufemismo “moça de nosso tempo”. Rosemary transfere suas neuroses para a pintura e cai presa fácil de John Herbert. Silvia depois de tudo consegue um marido “machista”, mais velho do que ela (Roberto Maia). Ambas, que moram no mesmo prédio de apartamentos, têm seus caminhos cruzados mas não se conhecem, acabam tomando uma mesma drástica decisão: eliminam os porcos chauvinistas de suas vidas ansiosas por uma “plena libertação, uma total auto-realização”. Em tempo: de José Miziara era o mais normal episódio daquele malogro que foi a estreia de Silvio Santos como produtor – “Ninguém Segura essas Mulheres”. E a mão de Carlão Reichenbach como iluminador e câmera sempre constitui dado positivo.”
Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 25/02/79.