sexta-feira, 13 de agosto de 2010

SE NÃO ME MATO, MORRO ("The End")

“Humor negro à 1978/79, ou seja, com Burt Reynolds (em sua segunda tentativa como diretor) no papel de um homem que, ao saber que tem pouco tempo de vida, procura antecipar-se ao talvez, doloroso fim. Mas tanto fracassa em todas as suas tentativas que resolve desistir. Eis senão quando um maníaco de origem polonesa (o inadequado e cacetíssimo Don de Louise) cisma de liquidar o agora apavorado herói. Brincadeiras por brincadeiras com a morte, será que esta poderá ser tão efetiva e inventiva quanto a que em 1937/38 foi feita por Carole Lombard em “Nada é Sagrado”, quando ela a princípio supondo mesmo ter sido contaminada pelo “radium” e depois, já sabendo que não mais iria morrer, expertamente procurava bancar a moderna mártir da ciência a fim de, por 15 dias, fugir à mediocridade de sua cidadezinha, aproveitando os 15 dias de glória e estada paga oferecidos por um jornal sensacionalista na então mundialmente mítica Nova York. E por falar em Carole, o mais certo é que a fita atual valha principalmente pela breve intervenção que nela tem a veterana Myrna Loy que ainda em seu antepenúltimo filme “Paixões Desesperadas” (“From the Terrace”), estava soberba como a mãe alcoólatra e ressentida de Paul Newman.”


Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 12/08/79.

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