sexta-feira, 13 de agosto de 2010

ÓDIO

“Um filme que talvez diga o suficiente do sopro de morte e do tremendo tufão de mercantilismo e mediocridade que assolam o nosso atual ambiente de cinema. Realização de Carlo Mossy, o ator que narcisisticamente Antonio Carlos Fontoura lançou em “Copacabana Me Engana” e que, contrariando as “esperanças” cinemanovistas revelou-se um declarado cultor da pornochanchada à carioca (“Com as Calças na Mão”, “O Massagista de Mulheres”, “Safadas e Gostosas”, etc.) e que, sintomaticamente, por não pertencer explicitamente ao mesmo subgênero, foi marcada pelos exibidores e ficou mofando desde seu lançamento no Rio (agosto de 77) nas já tão abarrotadas prateleiras da inefável “Embrafilme”. A trama-base é aquela que já foi utilizada por Archie Mayo em 36 (“A Floresta Petrificada”) e por Wyler em 54 (“Horas de Desespero”) e aqui no Brasil também por Alfredo Sternheim (“Paixão na Praia”, 71) e por Antonio Calmon (o mais recente “Paranóia”). Ou seja, bandidos invadem um estabelecimento ou uma residência, aterrorizam e mantêm impotentes seus ocupantes ou moradores.”


Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 08/07/79.


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