sexta-feira, 13 de agosto de 2010

ALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO ("Alien")

“Depois do “específico” “Guerra nas Estrelas” a Fox não poderia deixar de tentar outro enorme êxito garantido. E o conseguiu. Este filme que foi dirigido pelo mesmo Ridley Scott do caprichado “Os Duelistas”, mas também teria sido o mesmo se o diretor não caprichasse visualmente, visto que desde há muito que ninguém se preocupa com certas superadas questões de cinema. Epítome de varias obras anteriores do gênero. De “Os Niebelungos” e “Metrópolis” a “2001” e “Destino à Lua”. Efeitos de som à Val Lewton, mas sem o universo de Lewton. E por aí. Até aí nada de mais, porque não há certos direitos autorais. O grave é a acachapante e inócua mobilização de riqueza material e técnica. E, mais que isso, o fato desta ser a primeira fita que parece ditada por especialistas fílmicas do “Women’s Lib” de Betty Friedan, com pitadas ao gosto do “Gay Power”. Veja-se por exemplo a estrela Sigourney Weaver que, como parece convir muito agora, tem nome de homem em arte e no papel: ela aqui é o comandante Ripley; o vilão é um falso homem, um homem-robô e o mocinho, que não derrota o monstro, é chamado por Dallas e atende às ordens de uma “Mother” (computador). Jane Fonda fez mais escola do que jamais esperaria. E muito mais poderá ser observado.”


Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 19/08/79.

Nenhum comentário: