domingo, 2 de janeiro de 2011

OS ÚLTIMOS DIAS DE MUSSOLINI ("Mussolini: Ultimo Atto)


“A primeira tentativa do cinema italiano abordando como tema central a figura, a ação ou o fim de Benito Mussolini no terreno do filme de ficção ou da reconstituição histórica. Em 1961 surgiram ao mesmo tempo dois documentários – um co-dirigido por Rossellini e Pasquale Prunas e outro devido a Mino Loy e Adriano Baracco. Nenhum deles chegou até nós. Mas de 1933 a 1937 aqui foram vistos documentários de exaltação fascista como Mussolini Fala! (que ao que parece não era italiano), “Camicia Nera” e “A Viagem Triunfal de Mussolini à Líbia”, além de um filme sobre o fim militar de Napoleão, interpretado por Werner Krauss e com entrecho do próprio “Duce”, “Cem Dias” (“Campo di Maggio”). Houve também, em papel não central, a excelente composição do alemão Mario Adorf em “O Delito Matteotti”. Agora temos esta visão dos últimos dias do ditador, suas ilusões, seus conluios, sua tentativa de fuga e seu fuzilamento em Giulino de Mezzera. O diabo é que a fita foi feita por um elemento alucinadamente stalinista como Carlo Lizzani. E um stalinista jamais poderá ter compreensão verdadeira de qualquer fato. Sobretudo um fato como esse, o que, não obstante a nenhuma simpatia ou a repulsa que pode nos merecer a pessoa ou, principalmente, a ação política de Mussolini, foi dos primeiros em que, nos ingênuos dias do término da II Guerra Mundial, o stalinismo não teve dúvida em mostrar como sob seu guante, iria ser a “paz aliada” que o humanismo havia conquistado com incalculável sacrifício. No papel-título e dirigido por Lizzani, Rod Steiger é mais ameaça negativa de maneirismos que perspectiva de “performance” significativa. Como o sintomático “Coronel Valério” temos o inexpressivo Franco Nero, enquanto que Lisa Gastoni (questão de idade à parte) é uma razoável adequação à personagem de Claretta Petacci. De qualquer maneira, obra destinada a certa polêmica.”

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