domingo, 24 de abril de 2011

A VIRGEM DA COLINA

“Estamos estranhando que esta fita nacional, distribuída (e talvez parcialmente patrocinada) pela exibidora e distribuidora Haway vá mesmo ser lançada amanhã somente no Cine Marrocos, num “mood” que contraria em absoluto o que a mesma empresa fez com “Bacalhau”, Paranóia”, e “Emmanuelle Tropical”, mas enfim foi a informação que recebemos. E em todo o caso estamos diante de uma história e um tipo de proposição cinematográfica que se não é por retrocesso ou anacronismo, foge completamente ao horrível e adventício tipo de filmes (?) que os nossos exibidores estão adorando: falso pornô ou melhor pura pornografia, nenhum “metier”, mulheres feias e possivelmente “too aged”, sempre de tanga, avançando, sacolejando ou fazendo colidir as respectivas “regiões glúteas”, como gostava de dizer nosso primeiro antecessor Guilherme de Almeida. Aqui temos uma história de magia e erotismo que tem alguma coisa dos contos de Perrault e, talvez bastante, do filme japonês “Aido, a Escrava do Amor”, aliás distribuído há uns seis anos pela própria Haway. No elenco as figuras conhecidas são Jofre Soares e Joel Barcelos, mas mesmo não conhecendo, não “abrangendo” inteira e previamente sempre temos medo da concepção de elenco (“sui generis” no mundo inteiro) que vigora entre os teóricos (?), críticos (?) e realizadores (?) do cinema nacional. Contudo, a verificar.”

Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 06/11/77.

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