sábado, 4 de abril de 2009

A FILHA DE CALÍGULA


“A mesma e visível intenção tem esta produção “Rua do Triunfo”, a princípio imaginada pelo distribuidor Alexandre Adamiu (da Paris Filmes e Grupo Internacional Cinematográfico) e pelo produtor A. P. Galante para um filme que “capitalizaria” o prestígio engagé do diretor paulistano Francisco Ramalho, mas que afinal acabou sendo encampado pelo também exibidor-importador-distribuidor-produtor Magalhães Lucas (das empresas Sul-Paulista/Ouro e Urânio) numa fita-relâmpago que Galante começou e levou à primeira cópia censurada, ao que se diz em apenas 39 dias – um recorde brasileiro! A tônica inicial era aproveitar a notoriedade de escândalo e, logo a seguir, a absurda e inócua proibição e a tergiversação oficial com o desconversador caso das salas especiais provocados pelo filme ítalo-americano “Calígula”, de Bob Guccione e Tinto Brass. Mas como a empreitada poderia ter seus óbices, ao que parece, o realizador Fraga tentou sair talvez um pouco, e à moda da casa, pela procura da auto-sátira.”


Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 19/07/81.

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