quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A GRANDE ILUSÃO ("La Grand Ilusion")

"1939. São Paulo, quando faltavam fitas de classe para cinemas então importantes como o Rosário, o Broadway e o Alhambra (sem falar no saudoso Paramount, então criminosamente relegado a sala repetidora de programas duplos), esta fita foi jogada num cinema de pequenos programas-B, o Pedro II (27 de março daquele ano). E no entanto, de produção A européia que já era transformou-se logo mais num clássico respeitado em todo o mundo, um clássico que geralmente figura entre os cem ou os dez melhores de todo o cinema nos referendos de quase toda a crítica internacional. Foi depois, em outubro de 1959, já “reprisado” pelo Cine Normandie. É um libelo contra a guerra, no qual, no entanto, não há uma única grande cena de batalha, passando-se a ação em sua maior parte num campo de prisioneiros, onde Erich Von Stroheim é o oficial prussiano relutante entre carapuça do dever militar e um senso humanitário que os horrores do conflito não conseguiram destruir. Na cenografia, Eugene Lourié que depois faria bela carreira nos EUA como desenhista de produção(entre outros, “Verdoux”, de Chaplin, “Vidocq”, de Douglas Sirk, “Diary of a Chambermaid”, do próprio Renoir, com Paulette Goddard) e depois também como diretor (“O Monstro do Mar”, “The Giant Behemoth”)."


Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 26/09/76.

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