domingo, 10 de agosto de 2008

O RETRATO DE CHIEKO (“Chieko Sho”)

“A cópia provavelmente já esteja avermelhada, insatisfatória (é ainda daquelas, originais, que chegavam do Japão especialmente para o público da colônia). Mas quantas assim – “Zabriskie Point”, “Morangos e Sangue”, “Procura-se um Super Macho” – tivemos e estamos tendo em nosso inefável ambiente pós-ditadura do cinema-novismo, Embra-concine, e caterva? E como se trata de uma raridade (um filme japonês aqui lançado pelo mesmo cinema a 25 de janeiro de 1969, depois de concorrer em Berlim-67 e no mesmo ano ter sido um dos cinco finalistas na disputa ao “Oscar” de melhor película estrangeira) vamos dar-lhe maior atenção que a outros da mesma procedência e que, sem iguais antecedentes, vêm sendo recensurados e reapresentados nos remanescentes cinemas do bairro da Liberdade. O diretor Noboru Nakamura era um dos mais cativantes intimistas do cinema nipônico, era o sucessor de Ozu e Ohba na Shochiku. E entre seus intérpretes centrais, a sensitiva beleza de Shima Iwashita e a força de presença de Tetsuro Tamba, Eiji Okada, Takamaru Sasaki, Tadashi Kato, mais a música do grande Masaru Sato e o incrível apoio ‘técnico-artístico” do estúdio a época.”

Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 09/11/80.

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