A TEIA DOS CORRUPTOS (“Kokuso sezu”)

Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 04/04/76.
Críticas de Rubem Biáfora, selecionadas por Sergio Andrade
Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 02/10/77.
Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 11/03/79.
“O igualmente hiper-elogiado e famosíssimo filme japonês (também maiormente financiado por franceses) com o qual o diretor Nagisa Oshima prossegue na linha exacerbada e audaciosamente erótica e passional de “O Império dos Sentidos”, obra de impacto mundial surgido em 1976 e que naturalmente não chegou a este tíbio e mesquinho mercado cinematográfico. Dois amantes, ele jovem, ela madura, matam o marido importuno afim de mais alucinadamente fruírem seu amor ilícito. Uma história de paixão, sexo, crime e expiação que lembra “Os Contos da Lua Vaga”, de Mizoguchi, “Kwaidan”, de Kobayashi e outras obras-primas do cinema e da literatura nipônica. Audaz, maldito, absolutamente a ver.”
Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 26/08/79.
“Já que não podemos rever o clássico “As Cinco Mágicas” (a cópia deve ter deteriorado), nada mais oportuno do que a reapreciação deste também bonito e expressivo filme de Sadao Nakajima, o diretor japonês que se antecipou à moderna voga erótica, mestre inconteste do gênero e, incrivelmente, sem oportunidade de cultuá-lo no atual cinema de seu país. No castelo de Edo, em princípios de 1700, reinado de Ienori Tokugawa, o dramático relato do recrutamento das filhas de samurais e comerciantes para o harém do shogun. Espesinhamento moral e sentimental, medo, rivalidades, cobiça, inveja, luxúria, intrigas, crime. E, entre o intenso e requintado tratamento de direção, encenação, etc., estrelas lindas, de lábios de cereja e pele de pétalas de rosa, como Yoshimo Sakuma, Junko Fuji e atrizes do “kabuki” como Isuzu Yamada e do melhor teatro japonês moderno, como Kyoko Kishida. A fita aqui foi originalmente lançada a 7 de abril de 1968, no mesmo Cine Niterói que a fez recensurar e, previamente, a “reprisou” pouco tempo atrás, para o público da colônia.”
Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 28/09/80.
Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 09/11/80.
"A quinta e última do cíclico que Tomu Uchida realizou para os estúdios Toei de 1961 e que já possibilitou obras do impacto e da expressão artística de “Miyamoto Musashi”, “Duelo de Hannyzaka” e “Duelo de Ichichoji”. Todas, aliás, evoluindo no singular clima de demonismo que é a grande constante, e característica fundamental do estilo do cineasta, um dos maiores que o cinema japonês e o internacional já revelaram em qualquer tempo. A narrativa desta vez prende-se à rivalidade e à obsessão de sangue e de vitória final que domina Musashi (Kinnosuke Nakamura) e o também legendário Kojiro Sasaki (Ken Takakura), espadachim que era considerado o maior da época de ambos. O filme, aqui originalmente lançado no antigo Cine Niterói em 1º de janeiro de 1966, claro, não pode sofrer comparação com nenhuma das rotineiras estréias que estamos tendo. Mas a cópia colorida e há 15 anos guardada é um problema que, se a técnica, a ganância ou a irresponsabilidade atuais não resolverem, toda a produção colorida do cinema irá perder-se irremediavelmente."
Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 05/07/81.
Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 01/11/81.