sábado, 3 de outubro de 2009

O MONSTRO DE SANTA TEREZA


“Um voto de louvor ao Sr. Odecio, da filial paulista da CIC, que em boa hora resolveu quebrar a praxe e desencalhar este filme. Que foi selecionado e aprovado para co-produção pela Embrafilme em 1974 (gestão Farias, Gustavo Dahl, etc.), terminado no ano seguinte e só em 78 lançado em Brasília e no Rio (agosto do mesmo ano). Mas que aqui estava destinado a ficar na prateleira enquanto que a distribuidora da Embrafilme e os exibidores, em média, ficam-se deixando levar pela lei da inércia (no melhor dos casos) e vão cumprindo datas em salas que deveriam ser obrigatoriamente lançadoras com fitas em segunda, terceira ou mais visões. E os problemas do cinema brasileiro vão-se acumulando, só determinados filmes e realizadores são beneficiados, e a coisa continua por ai. Este baseado em original de Josué Montello, é a obra mais esforçada do diretor Cobbett, o que não quer dizer muito (foi ele o autor dos inomináveis “Jesuino Brilhante, o Cangaceiro” e “Uma Tarde, outra Tarde”) mas sempre é algo a mais. Na história, uma distorção de humor negro e sarcasmo, bem à imaturidade e deslizes de gosto de nossos cineastas e encenadores. Gira sobre um casal de noivos pertencentes à baixa e medíocre burocracia, piorado pelos complexos de Édipo do homem e o desespero extremado da progenitora.”

Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 25/05/80.


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