sábado, 3 de outubro de 2009

UMA NOITE NO ANO 43 ("L'Ironie du Sort")


“Com “Perversidade Satânica” (“Le Dos au Mur”) o “oriundi” Edouard Molinaro, um dos precursores da “Nouvelle Vague”, ao estrear na longa-metragem logo se revelou diretor maduro, seguro, que procurava o clima e sabia como consegui-lo e sem mais recorrer aos deslumbramentos “virtuosísticos” de ângulos e movimentação de câmera que limitavam seus passos anteriores no terreno dos “curtas”. E logo foram se seguindo ou entremeando, numa carreira que ele mesmo fez questão de declarar sem obsessiva preocupação de “autorias”, outras obras valiosas: “Broto Para o Verão”, “Lupin Contra Arsene Lupin”, “A Estranha Morte de Belle”, o episódio de “Os Sete Pecados Capitais”, “Caça ao Homem”, “Meu Tio Benjamin”, “Ela Agora Deseja” (“La mandarine”) e o próximo “Le Telephone Rose” que, tudo indica, deverá dar ótima oportunidade ao inglês Michel Lonsdale, um dos melhores atores do atual cinema francês. Aqui temos uma história que lembra “Les Jeux sont Faites” (assunto de Sartre transformado num filme francês de Jean Delannoy em 1947 e mais outro dos que nunca chegaram até este nosso inefável “paraíso exibidor”) e lembra também o recente “A Porta entre o Ódio e o Medo” (“Les Guichets du Louvre”), de Michel Mitrani. A ver, claro.”

Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de
09/04/78.

Cena de "Meu Tio Benjamin":

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