sábado, 3 de outubro de 2009

A GARAGEM ("Garaget")


"O décimo segundo filme do inconformista e corajoso Vilgot Sjoman, de quem aqui só vimos (e com um atraso enorme) o primeiro, “A Amante Sueca” (“Alskarinnan”). Os demais, sobretudo os realmente polêmicos e ousados “Syskonbadd” (“Minha Irmã, Meu Amor”), 67, e o diptico “Eu Sou Curiosa, Amarelo”, 68, e “Eu Curiosa, Azul”, 69 (as cores da bandeira sueca) ninguém sequer pensou em importar para este “segundo paraíso exibidor do mundo”, pois todo mundo sabia que jamais passariam pela censura. Agora, depois desse interregno e esse desconhecimento de uma obra e um autor dos mais importantes do cinema moderno (desconhecimento que não se deve só às causas que todo mundo “interessado” finge acreditar serem as únicas fontes de obscurantismo intelectual e ético em que soçobramos) chega-nos esta simples história de adultério e duplo crime. Que aliás não é simples nem comum como aqui logo diriam de qualquer filme brasileiro não enquadrado no falso regional ou na “festividade” – mas densa, preocupante e significativa. No quarto papel do elenco, a nossa conhecida Christina Schollin de “Querido John” e do bergmaniano “Não há Mais Inocentes”. Provavelmente um dos filmes importantes da temporada. Obrigatório.”

Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de
21/05/78.

Cena final de
"Syskonbadd":

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