domingo, 4 de maio de 2008

O IMPÉRIO CONTRA ATACA ("The Empire Strikes Back")

“Não deixa de causar espécie pensar que, com tudo o que já houve de pesquisa, descoberta, cristalizações, esforços, conseqüência artística e luta e coerência profissionais no cinema mundial (de Méliès ao cinema dinamarquês de Asta Nielsen e Waldemar Psilander; dos pioneiros italianos à década de Irving Thalberg na Metro, quando o estúdio passou à frente da indústria do globo e, inclusive, manteve Greta Garbo; da aurora do cinema alemão com o Expressionismo dos anos 10 e 20 até hoje com Werner Herzog; do cinema sueco de Sjostrom e Stiller à explosão polonesa no último pós-guerra; da “avant garde” francesa ao atual cinema italiano, e deste à “nouvelle vague”; do prestígio soviético ao depuramento absoluto dos japoneses) custa a crer que, com isto tudo, o cinema tenha-se desmantelado em toda a parte para que, em termos de viabilidade material, o cetro fique com a fita como “Guerra das Estrelas”! agora temos está continuação, produzida mas não dirigida pelo mesmo George Lucas (que aqui a confiou, não com muita crença, a Irvin Kershner). Aliás, não bem continuação, pois o filme anterior era baseado no quarto episódio de uma história e esta é baseada na nona e, a seguir, segundo o próprio Lucas, virão, com a devida numeração em ordem os episódios anteriores e posteriores. Indústria e técnica material e tremendo derrame de recursos financeiros antes e acima da arte. Para quem gostou...”

Publicado originalmente no “O Estado de S. Paulo” de 20/07/80.

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