“Uma das poucas e gratas surpresas que o cinema de Hollywood tem podido nos dar nos últimos tempos. Esta primeira direção de Lawrence Kasdan. Como que o roteirista desse convencionalíssimo e ultra-comercial “Os Caçadores da Arca Perdida” e também dos incolores “Cuidado com meu Guarda Costas” e “Brincou com Fogo...Saiu Fisgado” pôde fazer um filme que, talvez mais que o “Chinatown”, de Polanski, reporta-nos ao melhor clima daquilo que os críticos franceses talvez com certa impropriedade chamam de o “cinema noir” americano? A crítica e folhetos dos EUA falam de semelhanças com “Pacto de Sangue”, “The Maltese Falcon”, “Sunset Boulevard”. Quanto aos dois primeiros, principalmente “Pacto”, a asserção é perfeita. A fita tem clima, tem um erotismo velado, agora não tão velado, aliás, mas poderoso; tem um tom de queda em pecado, de desafio ao abismo que lembra mesmo o melhor “elã” daqueles tempos
Publicado originalmente no “O Estado de S. Paulo” de 06/06/82.
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