“Quem Jane Fonda pensa que é? Gian Maria Volonté? Talvez ela bem que gostasse, mas acontece que não será com filmes como “Julia”, “Síndrome da China”, “Amargo Regresso”, “Comes a Horseman”, que poderá emular as façanhas de Volonté em “Condenado Pela Máfia”, “Investigação sobre um Cidadão...”, “Mattei”, “Sacco e Vanzetti”, a “Classe Operária vai...”, etc. Ademais, em matéria de tipo “suffragette”, o mundo dificilmente poderá ter outro impacto como o dado pelo surgimento de Katharine Hepburn nos anos 32/35. Em matéria de bastidores de rodeio” também ninguém poderá igualar o “Céu de Prata”, de Norman Foster em 52, ou a consciente rebeldia de Susan Hayward em “Paixão de Bravos”, no mesmo ano. Ademais quem é que poderá levar por demais a sério o fato de o também discutível Robert Redford viver de brilharecos como garoto-propaganda com uma roupa vermelha com luzes que apagam e acendem? E com Jane, mais uma vez vivendo essas pernósticas e ocas figuras de microfone em riste, apenas preocupadas com o “Ibope” e a “notícia” (isto é com seu rendoso emprego) e mais sinistras intelectualmente que qualquer carrasco ou guardião de campo de concentração? Não Jane, é melhor voltar a ser apenas mulher vulnerável como a de “A Noite dos Desesperados”, que lá é que é o seu lugar. E não obrigue ou induza mais o diretor Pollack a falsas cavalarias.”
Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 29/06/80.
Nenhum comentário:
Postar um comentário