"A formação de Ana Carolina foi a de uma típica intelectual local de nossas duas últimas décadas. Décadas nas quais o mal maior não foi própria (ou impropriamente?) as ditaduras, mas a mediocridade generalizada e inarredável e, sobretudo, o “macaqueamento” e o dirigismo cultural (de situação ou de oposição, tanto faz) a transfomar principalmente aqueles que mais se jactavam de respaldados justo na maior cota de massa mais dócil para futuros aplaudidores dos “Big Brothers”. Linda moça, interessando-se pelo “polemismo” vigente e superpassível no cinema, deixou o curso de medicina quase no fim e partiu com afinco para a liça, começando com um curta-metragem não por acaso denominado assim mesmo – “Lavra-Dor”...Mas oito filmes pelo estilo e há uns três ou quatro anos a estréia no “longa”com um documentário de 90 minutos sobre tema que para ela só podia ser extemporâneo: “Getulio Vargas”...Surpreendentemente e ainda que não abjurando (mas amadurecendo?) sua formação e o que seria lícito esperar dela, Ana Carolina consegue fazer seu segundo longa-metragem. Este “Mar de Rosas”, muito em prol da mulher mas não “feminista” na forma negativa da palavra e no qual o absurdo e as repressões (antigamente dizia-se as dificuldades, os desencontros, as misérias, a siséria) da vida e do moderno ser humano estão muito bem retratados e esmiuçados. Desde o “enigmático” crítico e excelente realizador francês Pierre Kast até o diretor paulista Walter Hugo Khouri, mais Ely Azeredo e outros críticos do Rio (só o júri de seleção do festival de Gramado é que achou que o filme não “se enquadrava em seus propósitos” e rejeitou-o no começo deste ano) a acolhida foi imediatamente entusiástica e agradavelmente surpreendida, o filme enviado à França e a nova cineasta bem prestigiada na Europa. Na história, uma mulher (
* Este filme será exibido no Canal Brasil, dia 27/02, às 04:30hs.
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