“No filme de Lattuada, a tragédia grotesca de um ambicioso sem escrúpulos que tudo tenta fazer para se fazer na vida. No original de Schnitzler, toda uma cadeia de amores ilícitos e suas implicações. Aqui também ambições terríveis, maquinações e muito pecado e muito amor proibido. Mas outros, muito outros e diferentes, origens, intenções, processos, interpretação, resultados. Fita feita precipuamente para o estrelismo narcísico e para os dardos comerciais do produtor David Cardoso. Precipuamente para reeditar ou melhor, continuar seus êxitos e bilheteria em “A Ilha do Desejo” e “Amadas e Violentadas”, que fez com direção e entrecho de Jean Garret. Uma oportunidade para Garret dar vazão a um “mood” gramatical de certo modo expressivo e condizente (e claro que bastante “kitsch”) com a tara, mas personagens e situações fluíam bem mais e melhor no primeiro filme. No segundo já pendia para a fórmula encontrada.”
Publicado originalmente no “O Estado de S. Paulo” de 24/10/76
Publicado originalmente no “O Estado de S. Paulo” de 24/10/76
3 comentários:
Deve ter sido o primeiro crítico a perceber o narcisismo implacável de David cardoso.
Vi o filme e gostei.
Sim Ademar, deve ter sido o primeiro a perceber mesmo!
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